domingo, 30 de março de 2008

SER FELIZ!

Amor, Beijo, Amigos, Música, Mar, Por do sol...

As melhores coisas da vida...

E como preciso disso pra ser feliz...

quinta-feira, 27 de março de 2008

NA DISTÂNCIA MORRO TODO DIA...


Isso não é legal. Podia ser de outra forma e não assim com você, lá longe.

Enquanto eu fico aqui, tentando trazer o pensamento...Você longe...Eu com o pensamento lá longe. Ouvindo Bethânia.. Amando. Amando? Amando. Me derretendo no frio dessa noite chuvosa.
Quando fica assim, cheio de chuva, dá vontade de me trancar em 'Mel'...talvez você consiga me arrancar de lá. Você sabe sempre me arrancar de dentro de mim. E eu gosto disso.
Faz tempo que eu te imagino...faz tempo que você me falta...uma falta tão profunda, de doer. Doer fundo. Falta você aqui.

Você que foi sem nunca ter estado de verdade...Eu queria ter ido com você... podia ser na sua mala. Acho até que fui. Espero que não na mala. Mas eu fui. Escondidinha. Em algum lugar que só você pode sentir. Eu gosto dos lugares improváveis e minhas formas particulares de me encaixar lá.
E queria abraçar você...passar uma noite interia sentindo seu braço...abraçada. Eu faço isso todos os dias, mas só na minha cabeça... Você sempre toma cuidado pra não me soltar, para não me deixar cair. Eu não caio. Nunca. Eu sei tomar cuidado. É que geralmente eu não me preocupo.
...

Mas para me arrancar de dentro de mim...me promete uma coisica...me devolve amanhã cedinho?Sim...eu quero e muito, mas é que assim fico mais segura, sabe? Não sou dada a medidas, mas de vez em quando sigo a razão...assim eu acho mais inteligente...

Quando até a tua voz me engole, eu não vejo nada mais sensato a fazer.É que embora pareca exatamente o oposto, eu não sou de me deixar ser arrancada.
E você veio. E arrancou tudo. E engoliu tudo.
E essa chuva que não passa...tenho medo de me derreter tanto, que não sobre mais nada de mim.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Quem é essa agora?

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...uma menina que anda sem paciência, sem tempo, vara madrugadas (dorme em média 04hs por dia) e acorda sem querer acordar para se arrastar ao trabalho que possui.
Sorri escancaradamente, como se assim a vida trouxesse mais sorriso para ela.
Tenta escrever com o senso de humor que há dentro dela mas não consegue e pára no meio.
Acredita que ainda será a mulher da vida de alguém e que precisa parar de olhar pras pessoas como “íntimas em potencial” e agir como se não fosse uma pessoa envergonhada.
Sente-se culpada pelo fim de algumas relações e gostaria de saber conhecer pessoas.
Culpa-se também por não não conseguir levar seus estudos a sério e isso termina prejudicando seus planos profissionais.
Anda preocupada com sua caixa de e-mails abandonada, seu Orkut abandonado, justo ele que tinha tanto dela, mas agora se perdeu em qualquer lugar.
Tem medo de terminar abandonando a si mesmo, seus ideais, seus planos e entrar num estado de pura ignorância e lá ficar por medo de sair.
Tem medo de nunca conseguir largar certos “pudores” nos quais ela nem acredita, mas aos quais ainda pertence.
Ela ainda escreve sobre si, mas agora de um jeito menos intenso e sem expectativas.
(Ela tem medo, às vezes, das expectativas).
Gosta de começar de novo com tudo novo, toma cuidado ao manusear freios e não usa mais relógio de pulso, além de medir suas palavras e seu tom de voz mesmo que queira matar alguém.
Ela sente arrepios com toques e proximidades e certas intimidades e sente desejo diante da possibilidade da “entrega”.
Ela gosta de se entregar.
Pensa em deixar crescer o cabelo, mudar a cor dele, malhar mais o abdome, pintar as unhas com cores mais vivas e aumentar sua coleção de vestidinhos leves, pois isso a torna mais feliz e mais feminina.
Tenta perder a mania de franzir a testa e endireitar os ombros e carregar menos peso.
Tenta entender que não tem que carregar o mundo nas costas ou desatar os nós dos outros, principalmente quando não dá conta nem dos seus.
Busca tomar uma postura mais ativa que passiva diante da vida e sofre por não ter dito tudo que antes havia pensado.
Tenta mudar hábitos alimentares e ser uma pessoa mais feliz com seu organismo, embora ela esteja feliz com seu organismo.
Busca ser menos tolerante e sabe que este é um exercício diário...uma hora ela consegue ser na medida. Entende que ser demais é oferecer o pescoço para ser pisado...quer fugir disso.
Vibra com músicas, volta no tempo com cheiros, viaja com sabores.
Acredita em milagres e gosta de ler poemas.
Tem esperanças de melhores tempos, mesmo sabendo que vive melhores que os de ontem.
Constata que muito de sua vida já deu certo e agradece por isso.
No fundo é boa garota, tem o coração bom e não quer fazer mal a ninguém, acredita em respeito, assim como em solidão, principalmente a que acontece de dentro, e acha curiosamente cruel quem não sabe quando parar, embora muitas vezes ela não saiba também.
E, mesmo consciente de seu jeito quase imutável, pode ser que amanhã ela não seja mais nada disso...
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Sou eu


Sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo,

Espécie de acessório ou sobressalente próprio,

Arredores irregulares da minha emoção sincera,

Sou eu aqui em mim, sou eu.

Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou.

Quanto quis, quanto não quis, tudo isso me forma.

Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim.

E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco inconseqüente,

Como de um sonho formado sobre realidades mistas,

De me ter deixado, a mim, num banco de carro elétrico,

Para ser encontrado pelo acaso de quem se lhe ir sentar em cima.

E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco longínqua,

Como de um sonho que se quer lembrar na penumbra a que se acorda,

De haver melhor em mim do que eu.


Sim, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco dolorosa,

Como de um acordar sem sonhos para um dia de muitos credores,

De haver falhado tudo como tropeçar no capacho,

De haver embrulhado tudo como a mala sem as escovas,

De haver substituído qualquer coisa a mim algures na vida.

Baste! É a impressão um tanto ou quanto metafísica,

Como o sol pela última vez sobre a janela da casa a abandonar,

De que mais vale ser criança que querer compreender o mundo

A impressão de pão com manteiga e brinquedos

De um grande sossego sem Jardins de Prosérpina,

De uma boa-vontade para com a vida encostada de testa à janela,

Num ver chover com som lá fora E não as lágrimas mortas de custar a engolir.

Baste, sim baste!


Sou eu mesmo, o trocado,

O emissário sem carta nem credenciais,

O palhaço sem riso, o bobo com o grande fato de outro,

A quem tinem as campainhas da cabeça

Como chocalhos pequenos de uma servidão em cima.

Sou eu mesmo, a charada sincopada

Que ninguém da roda decifra nos serões de província.

Sou eu mesmo, que remédio! ...


(Álvaro de Campos)