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Ouvindo Adele e olhando o tempo passar pela janela da sala...vento, luzes, pensamentos...e uma saudade de ser quem eu sempre fui...não que eu não me goste hoje, mas acho que fui melhor antes...minha ex-eu não se envolveria assim...minha ex-eu não entraria assim...

Parece que tá tudo desabando na minha cabeça. Eu fui entrar numa sala escura achando que podia me cuidar muito bem sozinha. Me dei mal! Esbarrei e cai de cara no chão...tá dolorido, viu?
Pior é que eu entrei ali sabendo que isso não poderia terminar bem..sabia que alguém iria terminar enfaixado e que esse alguém, invariavelmente, seria eu. Mesmo assim, eu fui! Teimosa como só eu, fechei os ouvidos para a razão e agora fico aqui com ela segurando na minha mão, calada e com aquela cara de "eu sempre soube..."...ela me empresta o colo, faz carinho nos meus cabelos e até tenta me arrancar um sorriso...

Minha cabeça, enquanto isso, pesa uma tonelada. Sempre fui dada a fazer minhas merdas, mas sempre achei que meus riscos eram calculados. Mas agora não. Eu tô numa briga de força: É vontade de um lado e juízo do outro...todo momento um vem com força e me derruba...

Eita que desse jeito vc num vai guentar, viu Fía??!?!

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Não é possível que tenha entrado numa dessas...menina, você parece que gosta quando o sentimente te fere!!!!!!




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Abrir mão, desistir, deixar de lado... mas e se te faz bem, faz seu coração bater mais forte, faz seu sorriso vir com uma lembrança...???

Como decidir? Como saber qual dos dois caminhos é o mais correto ou o menos errado a seguir??



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Então...

Andei lendo umas coisas e vendo umas coisas e pensando numas coisas...



É verdade isso de desistir do que te faz bem e de fazer bem, ser mesmo uma grande tolice?


Mas e se tudo isso não for bem assim como eu sinto ou quero?

aiaiai...





As vezes eu acho que o juízo é tudo que me atrapalha...

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Estou fazendo minha travessia...mente quem diz ser simples ou indolor...






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“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos“.

Fernando Pessoa




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